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REYNA GRORIOSA

Canção extraida do Cancioneiro ms. do Conde de Marialva, dos fins do seculo XIII, publicada por Soriano Fuertes na Hist. de Mus. em Hesp. t, I, p. 117 e por elle tirada das notas rabinicas para as notas modernas.

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As boas relações em que por algum tempo se conservaram a côrte de Castella e de Portugal, fizeram com que a eschola hespanhola prevalecesse entre nós. Affonso XI gostava do uso provençal das Côrtes de amor; Dom Affonso IV preferia as Novellas de cavalleria em prosa. Por isto se vê como os trovadores portuguezes deviam instinctivamente procurar a imitação dos usos palacianos de Castella. Em uma Canção de João Ayres, se lê:

Meu Senhor rei de Castella
Venho-m'eu a vós querelar:
Eu amei huma donzela
Porque m'ouvistes trobar;
O con quen se foi casar,
Por quanto eu la ben dixi,
Quer m'ora por en matar.

Venh'ora pôr em direito,
E queix', per ante vós dar:
El ouve de mi despeito,
E mandou-me desafiar:
Non me osei alá morar,
Venh'a vós que m'emparedes ;
Ca non ei que m'enparar.

Senhor! per Santa Maria,
Mandad ante vós chamar
Ela e min, algun dia :
Mandade-nos razoar;
Se s'ela de mi queixar
De nulla ren, que eu dissesse:
A sa person' quer' eu tuar.

Se mi justiça non val,
Ante Rei justiceiro,

Ir-m'-hei ao de Portugal. (1)

(1) Cancioneirinho, p. xxi.

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